segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

“A vantagem acadêmica de Cuba – Por que seus alunos vão melhor na escola” - Martin Carnoy


Recentemente li o livro “A vantagem acadêmica de Cuba – Por que seus alunos vão melhor na escola”, de Martin Carnoy, professor de Educação e Economia da Universidade Stanford, além de consultor em políticas públicas de recursos humanos para o Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Banco de Desenvolvimento Asiático, Unesco, Unicef e OCDE.

O livro é fruto de uma pesquisa comparativa que envolveu o Brasil, o Chile e Cuba e faz o seguinte questionamento: O que será que acontece nas escolas cubanas e que não acontece nas escolas chilenas e brasileiras?

A obra não é autoria do governo cubano. Neste sentido preza pela sua isenção, e constata o trabalho sério e comprometido que é feito na área da educação em Cuba, em comparação com outras realidades como a do Brasil e do Chile.

                        Seguem abaixo algumas constatações e evidências expressas no livro, em função da pesquisa realizada pelo professor Martin Carnoy nos três países:

- Uma das chaves para o sucesso cubano em educação é o recrutamento, para o magistério, dos melhores alunos do ensino médio e a excelente formação que lhes é dada ao redor de um sólido currículo. Outra é a garantia de que os alunos são saudáveis e estão bem alimentados. E a terceira é o sistema de tutoria e supervisão dos professores, focada na melhoria da instrução.

- O elemento crucial é o compromisso total com a melhoria dos padrões de ensino e fazer o que for necessário para que este padrão chegue até as salas de aula do menor vilarejo das regiões mais pobres.

- O Estado cubano impõe rigidamente a implementação do currículo e os métodos de ensino por meio de uma cadeia de comando, que começa com o ministro da Educação, passa por diretores e diretores assistentes, que supervisionam os professores em sala de aula, e termina com os professores sentindo-se competentes e responsáveis pela transmissão de um currículo bem definido.

- Como a educação cubana é tão centrada na criança, os professores do primeiro ciclo do ensino fundamental, em geral, ficam com seus alunos durante os quatro primeiros anos da escola, desenvolvendo uma relação de longo prazo.

- O magistério é considerado uma profissão de relativo prestígio e o salário é somente um pouco mais baixo que o dos médicos e quase o mesmo do das outras profissões (cerca de 300 a 450 pesos por mês, ou de US$13 a US$18).

- A sociedade cubana é rigidamente controlada. As opções individuais existem, mas são mais limitadas que no Chile ou no Brasil. A questão de opção é complexa, já que as crianças de famílias pobres no Brasil e no Chile podem ter mais “opções” que as crianças cubanas da zona rural ou de baixa renda da zona urbana, mas muitas dessas opções não são positivas, como trabalhar em biscates, vagabundear em vez de freqüentar a escola, envolver-se em atividades ilícitas ou se unir a uma gangue. As crianças pobres brasileiras e chilenas podem ter mais opções, mas também é muito mais provável que passem fome, sejam moradoras de rua e tenham uma saúde frágil.

- No Brasil e no Chile, as famílias dispõem de opções educacionais consideráveis, como a permissão ou não para os filhos se ausentarem ou a escolha da escola a ser freqüentada, se existir mais de uma na vizinhança. O ensino é obrigatório, mas a presença obrigatória é imposta em geral pelas iniciativas de diálogo da escola com os pais e pelo esforço do Estado em ajudar os estudantes das famílias de baixa renda com incentivos financeiros. Nas áreas rurais e urbanas marginalizadas, as ausências são comuns, tanto entre alunos como entre professores. O Chile subvenciona totalmente as escolas particulares; assim os pais podem escolher entre muitas escolas, além do sistema público de educação.

- Se uma criança não estiver se saindo bem na escola no Brasil ou no Chile, isso é tratado, na prática, como um problema no qual a família tem a maior responsabilidade.

- Em Cuba, a escola formalmente compartilha a responsabilidade pelo desempenho social e acadêmico da criança, e se a escola não for capaz de solucionar o problema, o pessoal da prefeitura entra na discussão. As dificuldades familiares são acompanhadas pelos professores e pelos gestores escolares.

- O fato de a criança ter um único professor da primeira a quarta séries (o que agora será estendido até a sexta série e estar na escola das oito da manhã até às quatro da tarde com o professor cria uma relação quase parental entre professor e aluno.

- A intervenção dos Estados brasileiro e chileno na vida das crianças é muito menor do que em Cuba. Todas as mulheres cubanas que trabalham, por exemplo, têm acesso a creches e programas de pré-escola para crianças muito pequenas (maternal).

- A educação chilena é profundamente influenciada por uma ideologia que deposita fé indevida nas forças de mercado para a melhoria do ensino aprendizagem. Cerca de 38% dos estudantes dos ensinos fundamental e médio agora freqüentam escolas privadas associadas ao sistema de vale educação (voucher, implantado pelo regime militar no início dos anos 80; 9% vão a escolas privadas independentes (não associadas ao sistema de vale-educação) e53% estão nas escolas públicas.

- O currículo cubano não aborda tanto conteúdo quanto alguns livros didáticos (no Brasil), mas, basicamente, todos os estudantes cubanos estudam todo o conteúdo do currículo cubano especificado.

- Os professores da escola primária cubana têm um nível mais alto de conhecimento de conteúdo, especialmente em matemática, graças principalmente aos maiores níveis de matemática que aprendem no ensino médio.

- A formação do professor cubano é organizada rigidamente em torno do ensino do currículo nacional obrigatório.

- Os professores são supervisionados de perto em seu trabalho em sala de aula pelos diretores e vice-diretores. Toda escola cubana está focada no ensino e a responsabilidade principal dos gestores escolares é assegurar que os alunos estão alcançando os objetivos acadêmicos claramente especificados.

- Em Cuba, o absenteísmo parece muito baixo, em parte porque, se a criança ficar doente por mais de um ou dois dias, um professor geralmente irá até a casa dela, para se certificar deque tudo está bem.

- Pode-se afirmar que, em Cuba, os professores evitam as ausências por medo.Pode até ser, mas também é provável que os professores, tanto em Cuba como no Chile e em muitas escolas brasileiras, compareçam com regularidade porque foram ensinados a trabalhar diariamente e a não faltar. Ficamos com a impressão, principalmente em Cuba, de que os professores são ensinados a se sentir responsáveis pelos seus alunos e pela sua aprendizagem.

- É importante mencionar outra diferença entre as escolas cubanas e as escolas chilenas e brasileiras. Há muito tempo Cuba possui escola de tempo integral das 8h15 às 16h20, com um intervalo de uma hora e meia para o almoço.

- Em Cuba, o método de ensino pode ser melhor descrito como participativo, mas é muito diretivo. Como na França e em muitos outros países europeus, os estudantes cubanos gastam a maior parte do seu tempo trabalhando individualmente em atividades de matemática, distribuídas pelo professor em folhas de papel. Depois da conclusão do trabalho, o professor revisa os problemas com os alunos, perguntando aos que não chegaram às respostas certas como eles abordaram os problemas e, em seguida, discutindo com o restante da classe e com cada estudante as origens dos erros.

- Tanto em Cuba como no Chile, os estudantes de todas as escolas que visitamos tinham acesso a computadores e programas de computador; em Cuba, cada escola tinha até mesmo um especialista em informática.

- Muito poucas escolas brasileiras utilizam atividades preparadas, algo que era razoavelmente comum no Chile e em Cuba. O fato de ter de copiar problemas de matemática da lousa antes de começar a solucioná-las afeta, sem dúvida, o uso do tempo da aula.

- O alto desempenho dos estudantes cubanos não é um acaso feliz. De fato é, em parte, resultado da instrução média mais alta dos pais e da maior quantidade de livros nas casas das famílias cubanas, principalmente em comparação com as famílias brasileiras.

- Os cubanos consomem mais saúde pública e educação pública do que os grupos de renda mais alta do Brasil e do Chile. A pobreza existe em Cuba, mas mesmo os muito pobre têm acesso a comida, moradia, saúde pública e educação. A conseqüência é que quase nenhum estudante da terceira ou quarta séries trabalha fora de casa em Cuba, mas, no Brasil os números revelam que isso acontece.

- Na essência, a educação cubana oferece à maioria dos alunos uma educação básica que somente crianças da classe média alta recebem em outros países da América Latina.


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O poder e a articulação política em Touros



Em inúmeras oportunidades utilizei o espaço denominado Megafone, do jornal Folha do Mato Grande, para criticar a postura administrativa dos governantes tourenses, pela falta de visão estratégica e pela pequenez política que levam a administrações focadas, essencialmente, no patrimonialismo.

Touros é um município que tem potencial econômico, político e cultural; privilegiado por estar distante, apenas, cem quilômetros da capital do estado e uma relativa estrutura administrativa em sua sede, que pode, efetivamente, contribuir para uma significativa melhoria de gestão.

Apesar do pouco investimento em áreas como a educação, nas últimas décadas, pode-se dizer que o município tem expressivos filhos atuando nas mais variadas instituições do estado e do Brasil. Além dos filhos naturais do lugar, existem os filhos dos filhos de Touros, alguns que já contribuíram, de alguma forma, e outros que estão na labuta profissional cotidianamente.

Não querendo ser injusto com os tourenses que não conheço, diz o dito popular que só se fala daquilo que se conhece. São exemplos, de filhos de Touros e filhos de filhos, que poderiam contribuir, somar, e ajudar a redirecionar o foco administrativo para buscar uma melhor qualidade de vida para os tourenses, a professora Maria Antônia Teixeira da Costa, Profa. Doutora da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte – UERN; o engenheiro José Américo de Souza Júnior, Prof. do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN – IFRN; o Prof.João Bosco Araújo Teixeira, prof. aposentado do IFRN e ex-consultor da Fundação Banco do Brasil; o médico Ivanildo Cortez de Souza, prof. Doutor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN e o embaixador Antônio de Aguiar Patriota, confirmado como Ministro das Relações Exteriores do governo Dilma Rousseff.

Em meu humilde ponto de vista, acredito que qualquer gestor público com visão estratégica, principalmente de uma região sofrida e pobre como a região Nordeste, veria nessas pessoas citadas e em muitas outras que não citei, algumas por não conhecê-las, canais de contribuição para o crescimento e engrandecimento do município, nas mais diversas áreas em prol do desenvolvimento.

A ida a capital federal, com projetos bem elaborados, poderiam ser intermediados por alguns desses cidadãos, como o prof. Bosco Teixeira, que residiu por anos em Brasília, e o ministro atualmente escolhido para o Itamaraty, Antônio Patriota.

Em vez de a ida dos gestores municipais a Brasília ter por finalidade jantares em residências de políticos representantes do Rio Grande do Norte, na Câmara e no Senado, não desconhecendo que o contato e a intermediação com representantes políticos é importante, mas as viagens bem que poderiam e deveriam ter um foco mais técnico, com a contribuição efetiva desses tourenses e filhos de tourenses.

É assim que acredito no papel político do gestor: visão estratégica e compromisso com os reais interesses da população, em prol do crescimento e do desenvolvimento do município, beneficiando toda a população tourense, especialmente os menos favorecidos social e economicamente.


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Interventor da Colônia de Pescadores de Touros, Gildenes Santos, concede entrevista


Gildenes Santos

Depois de longo período na condição de interventor da Colônia de Pescadores Z-2 nomeado pelo Juiz Dr. Rivaldo Pereira Neto, em função da Ação Judicial (processo nº 158.09.000574-7) impetrada por associados da Colônia, Gildenes Raimundo dos Santos concede nova entrevista.

1) Qual o balanço que você faz do trabalho realizado como interventor  da Colônia de Pescadores, depois de todo esse período e das condições em que foi recebida a entidade, segundo suas próprias palavras na entrevista anterior?

Gildenes - Fui nomeado interventor para administrar a Colônia de Pescadores de Touros e convocar as eleições assim que possível. Essa intervenção não teve prazo determinado para conclusão, pois havia muitas providências a serem realizadas. Ao final, o resultado foi bastante positivo, pois pudemos demonstrar a todos que seria possível realizar um trabalho novo e construtivo para a Colônia de Pescadores de Touros, através de providências tais como:
1) Cancelamento das cobranças de taxas por serviços extras realizados pela colônia, tais como xerox, preenchimento de formulários, agendamento de benefícios, etc, diminuindo assim os valores cobrados aos associados;
2) Pagamento de todos os débitos existentes de água, luz, telefone, funcionários, impostos, taxas e multas, com Receita Federal e outros órgãos em atraso;
3) Fomentação de eventos sobre a pesca realizados pelo ministério da pesca no município de Touros com o propósito de conscientização e melhores praticas no desenvolvimento da atividade;
4) Fomentação de projeto de Maricultura na praia de Touros através do Ministério da Pesca, o qual disponibilizar para o próximo ano toda infraestrutura necessária para a criação de peixes em aguas maritimas. O investimento será de aproximadamente R$ 10 mil reais por família durante todo o projeto;
5) Regularização dos contratos e salários dos funcionários da colônia, pois os funcionários trabalhavam com vinculo de forma irregular  e recebendo R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais) mensais. Atualmente os funcionários tiveram seus contratos regularizados e recebem cada um R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais;
6) Reativação do CNPJ junto à receita federal, o qual se encontrava cancelado;
7) reativação da conta corrente da colônia de pescadores na agencia do Banco do Brasil, pois a mesma se encontrava fechada;
8) Contratação e disponibilização de um advogado aos associados da colônia de pescadores, pois muitos pescadores têm processos provenientes da atividade pesqueira;
9) Re-filiação da Colônia a Federação e Confederação de Pescadores, em virtude da mesma está desfiliada por decisão do presidente anterior, postergando o direito da Colônia ao registro sindical;
10) Realização da maior festa de São Pedro que a cidade de Touros já teve, com shows de bandas na rua e uma estrutura típica de carnaval;
11) Realização da tradicional corrida de jangadas, com premiação para os 30 (trinta) primeiros colocados de um pano de jangada cada, alem de premiação em dinheiro;
12) Reforma geral do prédio sede da Colônia, inclusive com ampliação de suas instalações, pois o mesmo se encontrava em ruínas;
13) Recadastramento geral de todos os associados da Colônia para a realização das eleições, devido a inexistência de registros na colônia informando quem eram os associados e quantos eram.
14) Instalação da Colônia itinerante, onde o atendimento aos pescadores é realizado no local que realizam suas atividade, evitando assim o seu deslocamento até a sede da colônia de pescadores e maiores despesas para o associado;
15) Aquisição de computadores novos, equipados cada um com impressora multifuncional e instalação de rede de dados para comunicação dos computadores, entre outras ações e aquisições realizadas.

2) Houve a participação efetiva dos pescadores em todo o processo de intervenção, contribuindo, assim, para a melhoria da entidade?

Gildenes - Sim. Mesmo que de forma tímida os pescadores participaram de muitas das decisões tomadas pela intervenção. Gostaríamos que essa participação tivesse ocorrido maciçamente, pois não faltaram esforços para tentar alcançar esse objetivo. Infelizmente, ainda têm muitos associados que não participam das reuniões e assembléias que são convocadas na Colônia de Pescadores. Mesmo utilizando todos os meios possíveis, como carro de som, rádio e editais, para avisar os associados, a presença nessas reuniões ainda é pequena. Mesmo assim, os pontos mais importantes ou polêmicos foram decididos todos conjuntamente com os maiores interessados, que são os associados da Colônia de Pescadores.
Entretanto, o próximo presidente deverá continuar o trabalho de conscientização com os sócios, objetivando mostrar lhes que uma associação se faz com a participação de todos os seus associados. E somente com a presença deles na associação é que poderão evitar futuras irregularidades que possam prejudicar a Colônia e os pescadores.

3) Foram  promovidas discussões com a classe dos pescadores referentes ao regimento interno da entidade, de forma a favorecer aos interesses dos associados?
Gildenes - Sem dúvida. Durante todo esse tempo de intervenção, foram realizadas 5 (cinco) Assembléias Gerais Extraordinárias onde foi amplamente discutido sobre assuntos do interesse deles, especialmente sobre o processo eletivo para Diretoria e Conselho Fiscal da Colônia de Pescadores para o qual fui nomeado interventor. Nessas Assembléias sempre houve bastante discussão referente ao Estatuto, pois muitos não conheciam o seu teor e buscavam esclarecimentos. Além das assembléias, também foram realizadas 4 (quatro) reuniões, onde buscamos demonstrar direitos e deveres dos associados.

4) Como foi construído o processo que leva a realização de eleições para o comando da entidade, quantas chapas estão concorrendo e qual será a duração do mandato?

Gildenes - Qualquer processo eleitoral de uma associação deve seguir as normas esculpidas no Estatuto da entidade, uma vez que o mesmo fora aprovando por mais de 2/3 (dois terços) dos seus associados. Se não observadas essas normas, o pleito poderá ser cancelado por desrespeito e afronta às disposições legais. No próprio estatuto encontramos todas as regras que deverão ser aplicadas tanto aos eleitores quanto aos candidatos, desde a documentação até aos prazos. E no que o estatuto for omisso, será resolvido pela Federação dos Pescadores. Até o presente momento desta terça-feira, (07/12/2010) estão oficialmente registradas 2 (duas) chapas. A chapa de Nalvinha e a de Dedé “Bundão”. De acordo com o Estatuto em vigor, a duração do mandato é de 4 (quatro) anos, mas segundo o Código Civil, o mandato deveria ter duração de no máximo 3 (três) anos. O próximo presidente eleito deverá promover algumas adequações no estatuto da Colônia para se adequar a legislação vigente.

5) O que você tem a dizer sobre algumas mensagens postadas no “Megafone do jornal Folha do Mato Grande”, em que citam como candidata a senhora Nalvinha, que exerce a função de funcionária da Colônia, sobre reclamações de que não existe prestação de contas aos associados e, ainda, que a inscrição para candidato a presidente da Colônia tem que ser realizada na Federação, em Natal?

Gildenes - É muito difícil falar sobre algo dito por alguém que não se identifica. Também é muito difícil acreditar que essa pessoa tão revoltada possa ser realmente pescador ou pescadora. É mais difícil ainda achar que uma pessoa dessas queira realmente contribuir com algo de útil para pescadores que são os reais interessados na situação da colônia. Mesmo assim, vamos lá:
Nalvinha trabalhou na Colônia de Pescadores até o dia 20 de novembro, data que a mesma se afastou para concorrer às eleições da Colônia, exercendo, assim, o direito previsto no estatuto da entidade, uma vez que a mesma é sócia da Colônia de Pescadores desde 2002, quando na época, o Presidente era o Saudoso Xixita. 
Em relação à prestação de contas, o que tenho a dizer é que a mesma se encontra a disposição para consulta e exame de qualquer associado. Mensalmente, a prestação de conta é contabilizada e encadernada, juntamente com todos os comprovantes de receitas e despesas realizadas no período. Qualquer sócio poderá solicitar a prestação de contas e tirar cópias de toda documentação. E isso é de conhecimento de todos que tenham participado de pelo menos uma das 9 (nove) reuniões realizadas nessa intervenção.
Já inscrição para candidato a presidente da Colônia deverá ser realizada por meio de chapa diretamente na Colônia de Pescadores, carecendo a mesma ser registrada na Federação de Pescadores do Rio Grande do Norte para fins de publicidade e maior transparência ao processo. Esse registro poderá ser realizado diretamente pelo representante da chapa ou através da própria Colônia de Pescadores. O registro das chapas está previsto no regimento da Federação de Pescadores e esse procedimento é comum a todas as Colônias filiadas a Federação e Confederação de Pescadores.

6) Depois dessa experiência como interventor da Colônia, existe de sua parte interesse em entrar para a vida pública disputando cargos, seja no legislativo ou no executivo, no município de Touros?

Gildenes - No momento não penso em disputar nenhum cargo eletivo. Estou cursando a faculdade de Direito e pretendo me dedicar a ela. Gostei muito da experiência que tive na Colônia de Pescadores de Touros, pois enfrentamos problemas reais que afligem todo o nosso município, que em sua maior parte, é agrícola e pesqueiro, e pude ajudar muitas pessoas. E diante de tantos problemas que nosso município enfrenta, vou continuar tentando contribuir de alguma forma com o nosso povo.


domingo, 10 de outubro de 2010

Frei Betto escreve na Folha de São Paulo sobre Dilma e a fé cristã




Foto: camacarifatosefotos.com.br


Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária aos princípios do Evangelho e da fé cristã


Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte. Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência. Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho. Nada tinha de "marxista ateia".

Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.

Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois  anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória - diria, terrorista - acusar Dilma Rousseff de "abortista" ou contrária aos princípios evangélicos.

Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade. Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo.


Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica. Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que "a árvore se conhece pelos frutos", como acentua o Evangelho.


É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam.

Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto...

Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.


Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.

Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito proclamando o nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes.

A resposta de Jesus surpreendeu: "Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes..." (Mateus 25, 31-46). Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz. Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção.

FREI BETTO, frade dominicano, é assessor de movimentos sociais e escritor, autor de "Um homem chamado Jesus" (Rocco), entre outros livros. Foi assessor especial da Presidência da República (2003-2004, governo Lula).

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Touros carece de líderes políticos


Bandeira do município de Touros


Após a Assembléia Constituinte de 1988, o primeiro prefeito eleito no município de Touros, para a gestão 1989/1992, foi o ex-secretário de Administração da gestão Pedro de Andrade Ribeiro, Carlos Alberto Câmara de Carvalho, o Carlão.

Carlão, a princípio, estava ligado ao grupo que havia fundado o Partido Socialista Brasileiro – PSB, no município, o professor João Bosco Teixeira e este articulista. As articulações eram construídas em torno da candidatura dele, Carlão, para prefeito de Touros, pela sigla socialista, o que não ocorreu, saindo o ex-secretário municipal candidato a prefeito pelo Partido Liberal – PL, do ex-deputado federal Flávio Rocha. Mesmo com essa demonstração de fisiologismo político, o candidato obteve o apoio da sigla socialista, chegando ao poder municipal nas eleições de 1988, pela maioria dos votos dos tourenses, fruto do carisma que transmitia ao eleitorado.

Apesar dos compromissos assumidos em prol de uma administração voltada para o interesse dos menos favorecidos socialmente, não foi o que ocorreu no decorrer da gestão, tornando-a apática; o que descambou para o impeachment ocorrido no início de 1992, com o apoio do PSB, que antes apoiava Carlão, assumindo o vice, Josemar França.

Historicamente em Touros, os que se acham lideranças políticas no município, costumam construir as suas carreiras alicerçadas no sobrenome familiar, com uma administração focada no patrimonialismo e no nepotismo, tentando passar o poder de pai para filho, e quando muito as realizações são obras físicas, deixando para segundo plano uma administração calcada na qualidade da educação, saúde e investimentos na qualificação profissional dos munícipes, desfavorecendo o crescimento do Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, do município.

Pode-se dizer que os únicos dois momentos da história política recente de Touros em que os candidatos a prefeito não tiveram origem na tradição política familiar, foram a eleição de Carlão, em 1988, e a candidatura de Cesar José de Oliveira, pelo Partido dos Trabalhadores – PT, no ano 2000, quando foi oferecida à população, a oportunidade de votar em um candidato originário dos movimentos sociais ligados aos trabalhadores do campo.

Não há pecado em pertencer a famílias tradicionais e exercer a política partidária. O pecado reside no fato de transformar o partido político em uma agremiação familiar e o poder executivo em uma plataforma para suceder a parentada a cada eleição. Afinal, já dizia o filósofo que o homem é um animal político.

Contrastando essa análise das “lideranças” tourenses com as características inerentes a um líder: motivação para uma causa, investimento na formação de outros líderes, carisma, habilidade de negociação ouvindo as outras pessoas e foco nos objetivos, percebemos que esses traços não são característicos dos que se acham líderes políticos no município de Touros.

Geralmente, terminado o processo eleitoral, esse “líderes” somem do município, sem uma inserção no dia a dia da comunidade para o debate dos problemas existentes, tentando encontrar saídas e soluções.

Faz-se urgente uma reforma política no Brasil, que se traduza em menor número de partidos com maior nitidez ideológica, e que permita o surgimento de novas lideranças políticas, advindas dos movimentos sociais e inseridas no dia a dia da comunidade (professores, pescadores, agricultores, profissionais liberais, funcionários públicos, estudantes, etc) e não “líderes” fabricados em práticas políticas tradicionais que somente garantem a sustentação, no poder público, dos defensores do patrimonialismo e do nepotismo.


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A mídia comercial em guerra contra Lula e Dilma


Artigo extraído do site: www.cartamaior.com.br

Leonardo Boff


Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso”pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o “Brasil Nunca Mais” onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.

Esta história de vida, me avaliza para fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a midia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de idéias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.


Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando vêem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos do Estado de São Paulo, da Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico, assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um Presidente que vem deste povo. Mais que informar e fornecer material para a discussão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.


Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido à mais alta autoridade do pais, ao Presidente Lula. Nele vêem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.


Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser Presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.


Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma) “a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssita, antinacional e nãocontemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo, Jeca Tatu, negou seus direitos, arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação, conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que contiua achando que lhe pertence (p.16)”.


Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles tem pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascendente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o Presidene de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.


Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados de onde vem Lula e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coroneis e de “fazedores de cabeça” do povo. Quando Lula afirmou que “a opinião pública somos nós”, frase tão distorcida por essa midia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da midia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palabra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.


O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.


Outro conceito inovador foi o desenvolvimento com inclusão soicial e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituidas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.


O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, o fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA faz questão de não ver, protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.


O que está em jogo neste enfrentamento entre a midia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocoloncial, neoglobalizado e no fundo, retrógrado e velhista ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes.


Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das má vontade deste setor endurecido da midia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construido com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.



(*) Teólogo, filósofo, escritor e representante da Iniciativa Internacional da Carta da Terra.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Reforma política urgente



Ao olhar o leque de candidaturas e alianças políticas construídas para as eleições de 2010, fica difícil para qualquer cidadão que seja formador de opinião, entender as costuras feitas pelas mais diversas agremiações partidárias, imagina para o cidadão comum que vai simplesmente, no dia 03 de outubro, expressar a sua vontade política, através das urnas.
Já não basta a infinidade de candidatos “famosos” que se apresentaram para o pleito desse ano, conforme retrata a mídia nacional:

No Esporte: Acelino Popó Freitas (PRB-BA)-deputado estadual; Maguila (PTN-SP)-deputado federal; Marcelinho Carioca (PSB-SP)-deputado federal; Romário (PSB-RJ)-deputado federal; Vampeta (PTB-SP)-deputado federal; Fabiano (PMDB-RS)-deputado estadual; Danrlei (PTB-RS)-deputado federal.

Na Música: Gaúcho da Fronteira (PTB-RS)-deputado estadual; Kiko (DEM-SP)-KLB, deputado federal; Leandro (DEM-SP)-KLB, deputado estadual. Netinho (PCdoB-SP) - Cantor do grupo Negritude, candidato ao senado; Reginaldo Rossi (PDT-PE)-deputado estadual; Renner (PP-GO)-dupla Rick&Renner, candidato ao senado; Sérgio Reis, Cantor e Ator-deputado federal; Tati Quebra Barraco (PTC-RJ)-Funkeira-deputada federal.

Na Televisão: Ronaldo Esper (PTC-SP) - estilista-deputado federal; Pedro Manso (PRB-RJ)-Humorista, deputado estadual; Dedé Santana (PSC-PR) – Humorista-deputado estadual; Tiririca (PR-SP)-Humorista-deputado federal; Batoré (PP-SP) – Humorista-deputado federal.

                        No caso específico do Rio Grande do Norte, é candidato a senador com uma posição a nível nacional, caso do senador Garibaldi Filho – PMDB/RN, e outra a nível estadual; é candidato a deputado estadual e presidente municipal da agremiação, Sargento Regina – PDT/RN, rasgando elogios ao líder da oposição, José Agripino.
                        E o caso mais recente é a criação de um comitê, por iniciativa do Partido Social Liberal - PSL e Partido Trabalhista Nacional - PTN, que visa reunir aliados da candidatura Dilma Rousseff e Rosalba Ciarlini no Rio Grande do Norte, segundo matéria de jornal local, do dia 08 de setembro de 2010.
                        Entendo que a representação política é ou deveria ser feita para expressar os pontos de vista ideológicos e políticos de um candidato, e não como barganha ou agradecimento por favorecimento pessoal prestado por esse ou aquele parlamentar.
Nada contra as opiniões pessoais de candidatos e eleitores, mas se fizermos uma análise lúcida do ponto de vista político-ideológico, é urgente que seja feita a reforma política e que haja uma legislação eleitoral mais rígida, especificamente para o período de campanhas.
Ou então teremos que optar entre a conhecida frase do escritor Nelson Rodrigues, que dizia: “Toda unanimidade é burra” ou o trecho do musical infantil “ Os Saltimbancos/1977, produzido por Chico Buarque de Holanda: ...Todos juntos somos fortes/Somos flecha e somos arco/Todos nós no mesmo barco/Não há nada pra temer... Preservada a devida contextualização da poesia, para não entrarmos, definitivamente, no reino da mediocridade.

sábado, 21 de agosto de 2010

Vinícius de Moraes


Aos poetas e amantes da liberdade


Foto: blogdojuniorr.blogspot.com


A reparação do governo brasileiro prestando uma homenagem póstuma ao poeta e diplomata Vinícius de Moraes, no Palácio do Itamaraty, elevando-o a condição de "Diplomata do Brasil", tirada de forma abrupta pela ditadura militar, confirma que o exercício do cargo público não é imcompatível com o fazer poético. Esse era um pensamento falso moralista instituído e implantado no Brasil que, graças a Deus e a democracia que está se reconstruindo, está dissipado e assim a história haverá de reconhecer outras tantas personalidades do campo intelectual e cultural deste país.

Dia Negro - Babal


Dia Negro - Babal, interpretado por Rejane Luna